18.1.08
as canções que cantavamos
As pombinhas da Catrina,andam já de mão em mão,
foram ter à quinta nova,
ao pombal de S. João.
Ao pombal de S. João,
ao quintal da Rosalina.
Minha mãe mandou-me à fonte,
eu parti a cantarinha.
Fui ao jardim da Celeste,
giroflé, giroflá,
fui ao jardim da Celeste,
giroflé, flé, flá.
O que foste lá fazer?
giroflé, giroflá,
O que foste lá fazer?
giroflé, flé, flá.
Fui lá buscar uma rosa,
giroflé, giroflá,
Fui lá buscar uma rosa,
giroflé, flé, flá.
Para quem é essa rosa,
giroflé, giroflá,
Para quem é essa rosa,
giroflé, flé, flá.
É para a menina (Ana),
giroflé, giroflá,
É para a menina (Ana),
giroflé, flé, flá.
Rosa branca ao peito,
a todos está bem.
Rosa branca ao peito,
todos está bem.
À menina (Rosa), olaré,
melhor que a ninguém
À menina (Rosa), olaré,
melhor que a ninguém
Melhor que a ninguém,
por dentro ou por fora.
Melhor que a ninguém,
por dentro ou por fora.
Quem sabe lá, olaré,
quem ela namora.
Quem sabe lá, olaré,
quem ela namora.
16.1.08
remexendo no baú...
15.1.08
errante...
13.1.08
9.1.08
6.1.08
Este tb fazia parte...das recitações nocturnas
Dormes? eu velo, sedutora imagem,Grata miragem que no ermo vi:
Dorme – impossível – que encontrei na vida!
Dorme, querida, que eu descanto aqui!
Dorme! eu descanto a acalentar-te os sonhos,
Dorme! eu descanto a acalentar-te os sonhos,
Virgens, risonhos, que te vem dos céus!
Dorme! e não vejas o martírio, as magoas,
Que eu digo às águas e não conto a Deus!
Anjo sem pátria, branca fada errante,
Perto ou distante que de mim tu vás,
Há de seguir-te uma saudade infinda,
Hebrea linda, que dormindo estás!
Onde nasceste? Onde brincaste, oh bela?
Onde nasceste? Onde brincaste, oh bela?
Rosa singela que não tens jardim?
Em Jafa? em Malta? em Nazareth? no Egipto?
Mundo infinito, e tu sem berço?! oh! Sim.
Dorme, que eu velo, sedutora imagem,
Grata miragem que no ermo vi;
Dorme – impossível – que encontrei na vida!
Dorme querida que eu não volto aqui!
Folha que o vento da fortuna impele!
Folha que o vento da fortuna impele!
Vítima imbele que o tufão roubou!
Flor que n’um vaso se alimenta, cresce,
Ri, desaparece, e nunca mais voltou!
Filha dum povo perseguido e nobre,
Que o mundo encobre o seu martírio, e crê!
Sempre Ashevero a percorrer a esfera!
Desgraça austera! Inabalável fé!
Porque há de o lume de teus olhos belos,
Porque há de o lume de teus olhos belos,
Mostrar-me anelos d’infinito ardor?
Porque esta chama a consumir-me o seio?…
Deus de permeio maldiz o amor!…
Peito! meu peito, porque anseias tanto?
Pranto! Meu pranto, basta já, não mais!
É sina, é sina; remador, voltemos;
Não n’a acordemos… para quê, meus ais?…
Dorme, que eu velo, sedutora imagem,
Dorme, que eu velo, sedutora imagem,
Grata miragem que no ermo vi;
Dorme – impossível – que encontrei na vida!
Dorme querida que eu não volto aqui!
Tomás Ribeiro (1831- 1901), poeta português
mais um poema ,que nos embalava...
A LUA DE LONDRES de João de Lemos
É noite. O astro saudoso
rompe a custo um plúmbeo céu,
tolda-lhe o rosto formoso
tolda-lhe o rosto formoso
alvacento, húmido véu,
traz perdida a cor de prata,
traz perdida a cor de prata,
nas águas não se retrata,
não beija no campo a flor,
não beija no campo a flor,
não traz cortejo de estrelas,
não fala de amor às belas,
não fala de amor às belas,
não fala aos homens de amor
.Meiga Lua! Os teus segredos
onde os deixaste ficar?
Deixaste-os nos arvoredos
Deixaste-os nos arvoredos
das praias de além do mar?
Foi na terra tua amada,
nessa terra tão banhada
Foi na terra tua amada,
nessa terra tão banhada
por teu límpido clarão?
Foi na terra dos verdores,
Foi na terra dos verdores,
na pátria dos meus amores,
pátria do meu coração!
pátria do meu coração!
Oh! que foi!... Deixaste o brilho
nos montes de Portugal,
lá onde nasce o tomilho,
lá onde nasce o tomilho,
onde há fontes de cristal;
lá onde viceja a rosa, onde a leve mariposa
se espaneja à luz do Sol;
lá onde Deus concedera
lá onde Deus concedera
que em noite de Primavera
se escutasse o rouxinol.
se escutasse o rouxinol.
Tu vens, ó Lua, tu deixas
talvez há pouco o país
onde do bosque as madeixas
onde do bosque as madeixas
já têm um flóreo matiz;
amaste do ar a doçura,
amaste do ar a doçura,
do azul e formosura,
das águas o suspirar.
Como hás-de agora entre gelos
Como hás-de agora entre gelos
dardejar teus raios belos,
fumo e névoa aqui amar?
Quem viu as margens do Lima,
do Mondego os salgueirais;
quem andou por Tejo acima,
por cima dos seus cristais;
quem foi ao meu pátrio Douro
quem foi ao meu pátrio Douro
sobre fina areia de ouro
raios de prata esparzir
não pode amar outra terra
nem sob o céu de Inglaterra
nem sob o céu de Inglaterra
doces sorrisos sorrir.
Das cidades a princesa
tens aqui; mas Deus igual
não quis dar-lhe essa lindeza
do teu e meu Portugal.
Aqui, a indústria e as artes;
Aqui, a indústria e as artes;
além, de todas as partes,
a natureza sem véu;
aqui, ouro e pedrarias,
ruas mil, mil arcarias;
além, a terra e o céu!
além, a terra e o céu!
Vastas serras de tijolo,
estátuas, praças sem fim
retalham, cobrem o solo,
retalham, cobrem o solo,
mas não me encantam a mim.
Na minha pátria, uma aldeia,
Na minha pátria, uma aldeia,
por noites de lua cheia,
é tão bela e tão feliz!...
Amo as casinhas da serra
Amo as casinhas da serra
coa Lua da minha terra,
nas terras do meu país.
Eu e tu, casta deidade,
padecemos igual dor;
temos a mesma saudade,
sentimos o mesmo amor.
Em Portugal, o teu rosto
Em Portugal, o teu rosto
de riso e luz é composto;
aqui, triste e sem clarão.
Eu, lá, sinto-me contente;
Eu, lá, sinto-me contente;
aqui, lembrança pungente
faz-me negro o coração.
Eia, pois, ó astro amigo,
voltemos aos puros céus.
Leva-me, ó Lua, contigo,
Leva-me, ó Lua, contigo,
preso num raio dos teus.
Voltemos ambos, voltemos,
Voltemos ambos, voltemos,
que nem eu nem tu podemos
aqui ser quais Deus nos fez;
terás brilho, eu terei vida,
terás brilho, eu terei vida,
eu já livre e tu despida
das nuvens do céu inglês.
5.1.08
Pequenitos
eramos vidrados em histórias e cançonetas..parece q isso ainda acontece para os meninos nascidos agora.
O meu Pai tinha um arquivo enorme ,em memória,que já viera de trás e mais de trás:as cantigas das cobrinhas de água,o menino que anda na roda...a rolinha que mal se precata quantas vezes fizeram o nosso adormecimento e às vezes o dele também,cansado que vinha do seu trabalho.
E lembrar os longos e entusiasmantes folhetins,cada um de nós em seu joelho,envoltos nas abas do capote ,absolutamente absorvidos pelos gelos do Polo Norte e as aventuras que lá se sucediam.
E havia um pequeno dialogo ,em francês,que nos ensinou e nos dava a ilusão a mim e ao meu irmão de estarmos ,em palco e era assim:
-Truz...truz...truz (fazer efeito sonoro)
-Qui frappe à la porte?
-C'est ton fils,ma mère...
-Non...mon fils est à la frontière ou il defend la belle, la douce France...
O meu Pai tinha um arquivo enorme ,em memória,que já viera de trás e mais de trás:as cantigas das cobrinhas de água,o menino que anda na roda...a rolinha que mal se precata quantas vezes fizeram o nosso adormecimento e às vezes o dele também,cansado que vinha do seu trabalho.
E lembrar os longos e entusiasmantes folhetins,cada um de nós em seu joelho,envoltos nas abas do capote ,absolutamente absorvidos pelos gelos do Polo Norte e as aventuras que lá se sucediam.
E havia um pequeno dialogo ,em francês,que nos ensinou e nos dava a ilusão a mim e ao meu irmão de estarmos ,em palco e era assim:
-Truz...truz...truz (fazer efeito sonoro)
-Qui frappe à la porte?
-C'est ton fils,ma mère...
-Non...mon fils est à la frontière ou il defend la belle, la douce France...
4.1.08
xaile e lenço
O meu Pai contava que quando foi a passagem do cometa Halley,em 1910, as vozes de que com ele vinha o fim do mundo eram muitas e as pessoas tinham medo.
Contava ainda que a sua velha ama embrulhava-o com a irmã também pequenita no xaile de merino preto, grande e franjado e dizia-lhe que estavam seguros ali,quando passasse o cometa e como aquele refúgio de lã e a ternura que os envolvia lhes parecia uma fortaleza inexpugnável contra o malfazejo aparecimento.
Lembrei-me muito dessa história e de como era comum ainda na minha infância ver as mulheres de xaile e lenço ,quando encontrei um bem grande e bem negro, nas coisas de casa dos meus Avós.
Contava ainda que a sua velha ama embrulhava-o com a irmã também pequenita no xaile de merino preto, grande e franjado e dizia-lhe que estavam seguros ali,quando passasse o cometa e como aquele refúgio de lã e a ternura que os envolvia lhes parecia uma fortaleza inexpugnável contra o malfazejo aparecimento.
Lembrei-me muito dessa história e de como era comum ainda na minha infância ver as mulheres de xaile e lenço ,quando encontrei um bem grande e bem negro, nas coisas de casa dos meus Avós.
Voltando atrás
Fazia parte das lembranças do Natal além do circo algum filme do Walt Disney,mas do Walt old fashion,com bonecos bem desenhados...
(para ver e ouvir,desligue primeiro a música do blog)
3.1.08
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