Era um gatarrão angorá branco,de pelo doce,revolvendo flatulências da idade ,enroscado no tapete...
Um porte distinto,altivo e distante escondia a mansidão das atitudes nos longos sonos, que velavam os olhos claros ,com um mercerizado ronronar.
De quando em quando, cofiava os bigodes longos e encerados,numa pacatez de tarde quente de verão.
Ultrapassados os ardores da juventude os móveis repousavam sossegados sem sentirem a aspereza das unhas e os idilios inaugurais do ano tinham cessado.
A limpeza demorada e calma a que se autoprocedia lembrava uma milenar sabedoria oriental e colocava serenidade no estrépito da vida.
Era mesmo um gato jubilado,o Evaristo.!
Assim seria o meu gato se acaso o tivesse!
