15.11.06
manhã de domingo na casa grande
Pé ante pé....chegava-se a um quarto apenas iluminado com luz artificial...com arco para o quarto de vestir,que tinha um móvel -secretária tão gracioso,que a sua memória não passa.
Esperava-se em temeridade a leitura do jornal..seria q haveria uma possibilidade de ir ao cinema?.
O ir ao cinema na altura revestia solenidade.Os intervalos eram longos.Comentava-se o filme e olhava-se os vestuários.
E não era só a passagem do filme como agora...numa pressa q termine e q venha outra sessão.Não.
Havia actualidades e mais desenhos animados...tudo intervalado com os tais passeios pelo foyer do cinema.
E da resolução cinematográfica ou não dependia a quantidade de luz que haveria no domingo!
14.11.06
lembranças de uma casa grande
o quarto sem janela,sem luz,as coisas intocáveis,cobertas de um verniz sagrado,os livros alinhados que não se podem ler,as janelas fechadas para o sol não comer as cortinas,a caveira de loiça,a cabeça morta do veado,os quadros das aves abatidas ,os passos abafados,o silêncio quase perpétuo,o escuro breve,as palavras incisivas,a radio muda,o eterno peixe cozido,os canudos de pau enfolharados que chamavam de árvores,a estatua escura.O prédio cinzento.
A total ausência de vida,cor,sol,alegria,de gente nova,de calor,de coisas desarrumadas e mexíveis.
Um ambiente fechado ,triste,desprovido de idéias,despido de sentimentos,saturado de preocupações,conjunto de circunstâncias que esmagavam, a horas certas ,os verdes anos.
9.11.06
a critica
Colaboração Juvenil
8.11.06
III Parte
Daí a pouco tempo a Infantazinha passava ,cantando alegremente,o portão do jardim,Ao pé da casa vê um homem,que vai entrar.Já ,no palácio, ouvira falar que vinha outra vez gente para a casa abandonada.Repara que o jardim está todo arranjado.As ervas,folhas e flores em montezinhos simétricos alinham-se pelo chão.A terra remechida.A Infantazinha começa-se a inquietar .Ao pé da estatua de pedra um carrinho cheio de ferramentas de jardinagem.A Infantazinha compreende.Começa a correr para onde estava a tulipa vermelha.Olha.Já lá não está.Vê-a caída num monte de outras flores já murchas.A Infantazinha baixa-se e agarra-a com muito cuidado.Sabe que não pode fazer nada por ela.Com a flor morta, nas mãos ,volta para casa a chorar.
II parte
A Infantazinha sentou-se na relva ao pé de mim.Trazia ainda o bibe azul da escola e começou a comer uma maçã,que estava no bolso.-Sabes,Flor,hoje no palácio houve discussão entre as pessoas crescidas.-Porquê,Infantazinha?-Não sei.Diziam muitas coisas que eu não percebia bem.-Mas nós passamos aqui tanto tempo juntas e nunca discutimos.-Naturalmente,porque somos diferentes,Flor.-Sim,deve ser por causa disso.-Mas nós vemos coisas que os grandes nem reparam –a Infantazinha olhou para o sol .Mas o brilho era tão forte que a obrigou a fechar os olhos.-é engraçado-disse-agora vêem-se quadrados de muitas cores.-É lindo o sol-Não é só o sol que é lindo.Tu nunca viste o mar.Mas é também tão bonito.-E o azul do céu …e as estrelas.-Já se está a fazer noite.Tenho que ir.-Volta amanhã,Infantazinha?Se puder venho.A Infantazinha levantou-se e sacudiu o bibe azul.Até amanhã,Infantazinha.-Adeus,Flor.Depressa chegou a noite.Era Inverno e apesar dos dias estarem lindos,anoitecia depressa.Resolvi dormir.Aconcheguei-me o melhor que pude e adormeci.Acordei no outro dia muito cedo com um barulho que não era o que a Infantazinha costumava fazer.Vi então um homem velho e baixinho,que empurrava um carro de mão cheio de ferramentas.Começou a arranjar o jardim.Daí em pouco em volta de casa estava tudo limpo de ervas,mas também de flores.Do sitio onde eu estou até à casa não é muito longe.O homem plantava no lugar das plantas antigas outras sementes,talvez de novas flores.O homem passou toda a manhã a fazer isto.Depois arrumou as ferramentas no seu carrinho e saiu pelo portão.Naturalmente foi almoçar.Eu fiquei com medo.Ele também me irá arrancar.Era tão bom que a Infantazinha viesse já.Mas aí está ele de novo.Demorou-se pouco tenmpo.Vem para o meu lado.Tenho medo e estou sòzinha.Porque é que hoje a Infantazinha não aparece?Ela não deixava que o homem me arrancasse.Iria dizer ao rei.O homem está quase aqui.o que irá fazer?Tenho medo.
A Infantazinha e a Túlipa Vermelha
Eu sou a Flor.Sou uma túlipa vermelha.Toda a gente me chama Flor.Gosto.Flor é mais bonito que túlipa ou então sou eu que estou mais habituada.Estou sempre muito quieta.Só me agito quando há vento.Isto é aborrecido q quando chove não me posso abrigar debaixo de um telhado.Moro num jardim abandonado com outras flores e ervas e umas grandes árvores.Ao fundo do jardim,há uma casa onde já não mora ninguém há muitos anos.Mesmo ao pé de mim está uma estatua.Nunca fala.Como a boca é de pedra,naturalmente não a pode abrir.Dou-me pouco com as outras plantas do jardim.Não são como eu.A minha única amiga é a Infantazinha.É baixa e usa óculos.Sempre que pode vem para o pé de mim.O palácio dela é muito grande,tem coisas lindas,mas ela gosta mais de estar aqui.Tem umas tranças muito compridas que a Rainha-Mãe quer cortar.Eu gosto muito de a ver assim.O irmão da Infantazinha,que há-de ser rei,está a estudar noutro país.Dizem todos que a Infantazinha é tonta por vir falar comigo,mas ela não se importa.Aí vem ela.Já atravessou o portão e está quase ao pé de mim.Costuma vir mais cedo.-Olá,Infantazinha.Até que enfim que chegou.Porque veio hoje tão tarde?-Sabes lá!.Hoje custou-me muito a sair.O rei,meu pai,dizia que eu ainda não tinha estudado tudo.Mas lá consegui.
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